domingo, 11 de janeiro de 2009

A parte que me cabe

À minha amada... àquela a quem dedico os meus versos e este blog.



A parte que me cabe


Teu corpo coberto,
Repleto da cor que doura
Os pastos no estio e os trigais.
Teus passos pastoreiam a luz.

Tens pétalas para os espinhos
Que a vida nos oferta numa coroa
E a tua voz estanca o sangue da dor
Que escorre salgada de meus olhos.

Mulher, tal como aquela
Que trouxe Deus no ventre.
Mulher, mãe da parte de mim
Ainda não nascida.

Sei que vem dos teus lábios
O meu riso e dos teus braços
Um paraíso somente meu,
Onde a semente do amor germina
Irreprimivelmente.

Mulher, com a minha costela
Deus te deu um bocado do meu coração.
Então, ponha-te ao meu lado
Porque em ti tenho restituído
O pedaço de mim que me foi tirado.

E assim o vazio dilacerante
Será desfeito pelo teu calor.
Como o sol que dissolve a noite no ar
Com a primeira luz da manhã.

Murilo Miranda


Direitos autorais protegidos
(Lei n. 9.610, de 19 de fevereiro de 1998)

2 comentários:

  1. Obrigada, amor da minha vida! Os seus versos já são o alimento da minha alma. Quão privilegiada eu sou por tê-los na cabeceira da minha cama. Eles já fazem parte da minha história. Me acompanham a todo instante. Te amo com todo o amor que cabe em mim! Obrigada pelo carinho, pelo respeito e pela consideração! beijossss

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  2. Murilo, também gostei do seu poema de abertura do blog. Fala do tema mais difícil de se falar em poesia, a meu ver: o amor, sem cair em clichês ou no lugar comum. Mas seu poema consegue mostrar sua voz própria e bela. A minha passagem favorita foi talvez a mais filosófica: "Mulher, mãe da parte de mim / Ainda não nascida." Abração

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