sexta-feira, 27 de março de 2009

Tique-taque

A manhã nasce na cidade
E o sol aquece o dia:
Milagre repetido a milhões de anos.

É o minuto do silêncio,
É o instante sacro.
O amanhecer me faz esquecer
Do caos cotidiano,
Do cio das horas.

Com muito esforço,
Pode-se ainda ouvir os poucos pássaros.

...

Mas o relógio algoz,
Com ponteiros pontiagudos
Que pungem a nossa paz até matá-la
Como lâmina que atravessa uma branca pomba,
Destrói meu templo de contemplação matinal
E grita em meus ouvidos o tique-taque monótono
De uma vida frenética mas oca.
- maldita onomatopéia que me faz lembrar
que o tempo não para.


Murilo Miranda
Em 27 de março de 2009, às 09:03hs

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