quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Dose dupla

Bem, poesia em dose dupla, ao meu amor:


Enredo


Acostei-me em seus braços alados
E sonhei que voava...
Pairante no vento,
Irmão dos pássaros.

Na rua, o samba-enredo da alegria irreprimida
Que musica os carnavais das nossas estações.

Teu sorriso florido iluminou
Os jardins do meu império
Sustentado pelos versos
Que escorrem da cachoeira negra
Dos teus cabelos.

E teus olhos... Ah, teus olhos!
Nascidos para os meus,
Porto de estrelas,
Berço onde resguardo os meus sonhos
Da hediondez do mundo.

No ventre da noite nasceu o silêncio,
Filho do sereno e da escuridão...
Foi quando a brancura dos pombos adormecidos
Coloriu a paz que me habitava.

Murilo Miranda


Luzir


A tua ausência é um inverno
Que nenhum sol pode suprimir
Porque teu riso está retido
No vôo das andorinhas.

A noturna retina nos assiste:
Soberanos cuja coroa
Cintila amor e juventude.

Guardo os meus olhos dentro dos teus...
É onde também as estrelas se escondem
Quando a manhã vem nos braços do dia.

Teus carinhos se abrigam
Nas mãos macias de um rio
Que esculpe pedras incultas.

A tua presença me concede a exata sensação
Das crianças numa loja de brinquedos...
E tudo que impede o meu riso,
Perde-se na tua luz.

Murilo Miranda


Versos à Michelle... "Por que conceder este título ao seu blog?" Podem me indagar...
Respondo: porque há mais dela do que de mim nesses versos. Ela é a causa, a razão de ser deles. Sem ela, eles estariam até hoje perdidos em algum lugar de mim.

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